sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Amizade




Passaram dias, meses, anos recheados de momentos mágicos, intensos, únicos. Simples gestos, simples palavras e olhares de uma cumplicidade inimaginável. Meus amigos, a vós vos agradeço por me fazerem a pessoa que sou hoje, por serem alicerces essenciais á construção da minha estrutura interior. Nunca se consegue sozinho, todas as metas alcançadas e ainda por alcançar, todas as barreiras superadas e ainda por superar. Solidifiquei a certeza que estarão sempre a meu lado, no bom e no mau, na alegria e na tristeza, com lágrimas a descer pela face ou com o brilho de um simples sorriso. São a família que escolhi, que guardarei comigo e acompanharei até ao fim dos meus dias, amizade pura recheada de um amor genuíno. Desabafos, lições de vida, abraços sentidos, mãos apertadas com força e convicção que transmitem esperança, confiança, devoção. Amigos vêm e vão? Conhecidos sim amigos não. Amigos cativam-se, amizade constrói-se com vontade, verdade, dedicação, constrói-se com o coração.
Amizade de criança recheada de inocência, sem conflitos, sem preocupações. Desenvolvendo-se, fortalecendo-se ano após ano. Vencendo desafios, ganhando consistência, experiência. Conhecimento pormenorizado a cada gesto, atitude, movimento, a cada partilha de um momento. Fomos nós, somos nós, seremos nós a lutar sem perder a voz, sem baixar o braço, unidos jamais seremos vencidos, jamais permaneceremos perdidos, com a força deste nosso laço. Obrigado por todos estes anos de apoio e sinceridade. Obrigado meus amigos por esta vossa amizade.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aqui Ficou...

Sorrisos francos, abraços calorosos, palavras doces em falas mansas, orações intensas, esperanças tantas em olhos que brilham com pureza de visão de criança. Ficaram laços, lembranças de abraços, ternura de olhares, calor de mãos que se tocaram, sabor de palavras que se falaram. Aqui ficou um sentimento terno, o mais simples e verdadeiro, construido para ser eterno.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Confronto Matinal

Chego á praia nesta manhã gélida de Inverno. Olho para a vastidão de cor azul que se encontra diante dos meus olhos e respiro o ar fresco e puro que me alcança o olfacto. O Sol nasce tímido reflectido por um espelho de água e sal. Linhas contínuas e perfeitas formam-se no horizonte na pressa de atingir a costa. O vento sopra de leste, sinto a sua brisa massajar-me a nuca suavemente. Ondas formam-se sublimes demonstrando uma perfeição rara, expressos coordenados com uma temporização lenta, esperando, chamando por mim.
Visto a minha armadura como um cavaleiro antes de uma batalha e respiro fundo, este é o meu mundo. Pego na minha prancha e atravesso o areal. A areia fria encontra-se com a base dos meus pés, deixo nela a minha presença passo a passo. Sinto agora a sua presença tocando-me subtilmente com um pequeno rasgo de água, um arrepio sobe-me pelo corpo. Paro, aqui me encontro á sua frente. A concentração apodera-se de mim, foco-me na sua forma, no seu som, no seu cheiro. Analiso minuciosamente todos os seus movimentos como se de uma matéria para um exame se tratasse.
Continuo em frente enquanto a água me envolve o corpo centímetro a centímetro. Sinto a sua força a cada passo que dou. Começou a batalha, um turbilhão de emoções toma posse enquanto movimentos fluidos e sentidos ganham liberdade. A água solta-se a cada rasgo meu. Um bailado sublime que dura e perdura até as minhas forças escassearem. Por fim o cansaço atinge o seu auge. Uma última onda entrega-me de volta a terra. Agradeço-lhe com um sorriso. Amanha cá nos encontraremos novamente.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Esperança

Dentro de mim existes, dentro de mim persistes. Correndo, espalhando, ficando.
As forças que me dás, deixando tudo para trás. Desafios, barreiras, ameaças verdadeiras.
Sabes me mover, erguer, esperando um dia novo nascer.
Esta força interior que me combate a dor. Serei eu fraco sem ti? Serei, ficarei, permanecerei.
Recheias-me de vida, curando-me a ferida de uma derrota não esquecida.
Elixir que me faz viver, sem nada a perder, apesar do que já ter perdido estar esquecido, estar a morrer.
Sou forte, mais que a morte. Sou vida, vivida, sofrida, sem sorte.
Sorte? Por vezes necessária mas secundária porque crença sim dita esta sentença.
Fazes-me acreditar que tudo pode melhorar, a hora vai chegar, hora de sorrir novamente, amar intensamente sem nada a recear, eternamente.
Obrigado por equilibrares esta balança porque sofrer cansa.
Obrigado esperança.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Simplesmente Amor

Amor. Que força é esta tão sublime e perfeita? Capaz de dar vida e por vezes de a tirar. Indescritível, todo um vocabulário seria incapaz de o descrever. Amor doce, amargo, profundo, suave? Simplesmente amor. Diferente em cada vida, salvando, ferindo, partindo, ficando; guardado, enraizado, em mim, em ti, em nós. Componente vital, tudo menos banal que percorre a essência humana. Chave de uma vida, de um sorriso, um olhar, uma palavra.
Amo-te. Sinal de partilha, entrega, devoção e sinceridade. Tanto conteúdo inserido em cinco pequenas letras, inexplicável como podem transmitir algo tão precioso. Ter o poder de iluminar vidas como por magia, de traçar caminhos calcetados com pedras de esperança ou apenas produzir um sorriso puro e inocente, sentido da forma mais sincera e única.
Amo-te sem saber o que és, apenas porque te sinto. Simplesmente indescritível, simplesmente amor.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Necessariamente...

Virar as costas custa, arde interiormente como uma chama a propagar-se dentro de mim. Corroendo-me, enfraquecendo-me. Se é necessário? Por vezes sim, por vezes não. Fugir, apenas fugir do que me afecta se não for suficiente forte para o enfrentar. Mais fraco a cada passo que marca a minha distância, uma corda infinita prende-me ao que quero evitar, feita de algo que nem a lãmina mais poderosa, forjada nos confins do inferno pode cortar.
Cá me encontro a percorrer um caminho circular, duvidando de mim. Serei eu capaz? Serei eu superior? Que tão forte incógnita esta me acompanha. Paro, olho ao meu redor. Tudo o que vejo é escuridão, a esperança abandonou-me, não é esta a solução. Fixo o meu olhar débil nesta corda que me prende, agarro-a com as poucas forças que me sobram e puxo, puxo, metro a metro, quilometro a quilometro. Finalmente enfrento o que me mata por dentro, a minha viagem terminou. Voltei a viver de novo, uma força indescritivel toma conta de mim, como um exército celestial enviado para me ajudar.
Foi necessário? Necessariamente Foi.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dia de Chuva

Acordar com o som singular da água a chocar contra o vidro, uma música suave recheada de melodia natural.
As nuvens correm baixas, o céu mais próximo da terra, a agua no chão reflecte os contornos da cidade. Voltamos atrás no tempo, a cor desvanece-se ficando apenas um cinza desprovido de sentimentos, uma tela a preto e branco mergulhada no mar agitado, difundindo as suas formas e pormenores. Tecidos grossos e molhados cobrem a cor viva da pele, a essência humana milímetro a milímetro, o branco reflector dos sorrisos diminui disfarçado por cachecóis e golas altas. O impacto das solas ao embater na água das poças distorce o reflexo por elas emitido como um espelho estilhaçado. O som contínuo da chuva ao embater na calçada é substituído pelo som da mesma a embater no tejadilho do meu carro, uma música de tom mais grave e difuso. Ligo o motor, o rádio e parto.
Jazz, que outro estilo combina tão bem com a melodia natural que me envolve?
A chuva cai cada vez com mais intensidade, biliões de gotas de água a cair a um ritmo frenético, distorcendo as luzes vermelhas do trânsito. A visibilidade é pouca, a velocidade menor ainda. O alcatrão escorrega, simbolizando uma entidade coberta por um manto preto, passando uma foice coberta em óleo pelo piso. Noticiários invocam números de vidas que essa foice já ceifou.
Por fim o destino foi atingido. A chuva estagnou. Saio do carro e um silêncio avassalador instala-se, o vento enfraquece deixando as árvores sem par na sua dança irrequieta, apenas uma brisa corre no ar. Respiro fundo e inspiro esta calma que me envolve. O sol brilhará novamente…

Chama

Essência pura de uma personalidade vincada, por vezes abalada mas nunca superada. Sou eu, és tu, somos nós, uma tela por pintar, uma música incompleta, uma vida por explorar, uma chama inquieta á espera de se propagar. Mas cuidado, podes te queimar.
Nestes tempos, feitos de momentos, repletos de sentimentos; a evolução é inconstante, é relativa, desmotivante e pouco criativa. Conteúdo inexistente em estrutura doente com aparência, sem consciência que amor não se constrói por tendência.
Se existe, anda escondido, porque por mim nunca foi sentido; esse recheio que me dá vida, que me dá certeza de uma promessa cumprida. Promessa de felicidade, promessa de eternidade. Encontra-me nesta estrada sem rumo, dá luz a este céu escuro, faz-me sinais de fumo, da-me a conhecer o amor puro. Se assim for a chama propagou e ninguem se queimou...

Disse-te sem falar...

Disse-te sem falar algo sincero e puro. Ouviste com atenção? Falei com o coração...