quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Duas Mãos

Benfica, 25 de Abril de 2010
03:22h


Pela primeira vez na minha vida senti a pulsação do meu coração, senti que tinha o amor na mão, olhando, tocando, sentindo num momento atingi a lógica do tempo, a pureza do mar, a certeza que aquela seria a pessoa que iria amar.
Pensava, sentia, tremia. Receava por aquilo que estava a sentir. Consegui ouvir o meu coração, cada batimento pulsava como se de o primeiro beijo se tratasse. "Estamos juntos", aquela frase que me fez caminhar até casa leve e inspirada, trémula e sorridente como uma criança.
Por minha vez senti algo inqualificável. A caminho do lar pensei se poderia amar alguém que neste tempo, naquele momento, sem auto-consentimento poderia também mostrar tal sentimento por mim. Aquela pessoa, nesta doce noite em Lisboa.
As dúvidas perseguem-me, assolam-me o pensamento, tiram-me o sono. Reviro noites..."e se?" "será que?", não quero mais sofrimento, não quero mais tentativas, quero um amor para sempre, quero viver intensamente esta paixão que estou a sentir. Entrego-me de corpo e alma, ignorando todos os sinais que poderiam por em causa este amor. Chega a tranquilidade, a paz de espírito. "É para amar", confesso àqueles que me são mais próximos.
"Estamos juntos", algo ponderado, pensado, hoje está condensado. A paixão que sinto está à vista de todos, não minto, não divago, simplesmente, apenas e somente, vivo este sonho, sonhando acordado, incondicionalmente dado a quem sei que eternamente amarei e por quem eternamente vou ser amado.
Não sonho, não sonhas acordado, vivemos e realizamos. És tu. Quero-te. Desejo-te. Adoro-te. AMO-TE.

Lanzarote, 24 de Junho de 2010
00:58h